quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Minha iniciação no Ferreomodelismo

 Desde criança tenho duas paixões que são trens e aviões e não saberia dizer de qual das duas máquinas gosto mais.No meu aniversário de 1 ano ganhei um ferrorama,quando aprendi a trabalhar com madeira tinha uns 9 anos de idade e as primeiras coisas que fiz foram justamente um trem e um avião,depois que aprendi tocar violão,viola e guitarra os trens e os aviões ficaram em segundo plano pois tinha uma banda e me dedicava muito a ela,mas quando se trabalha em conjunto e as idéias dos membros não se combinam entre si a coisa complica,não vou dizer que não aproveitei o momento,muito pelo contrário,mas chegou um ponto em que alguns dos meus amigos não estavam levando a banda a sério aí resolvi parar de tocar em bandas e agora só toco guitarra no meu quarto e estou feliz pois não dependo de mais ninguém para tocar uma simples música,bom o que isso tem a ver com ferreomodelismo?Diante desse experiência com as bandas em que toquei resolvi arranjar alguma válvula de escape para amenizar o estresse do dia a dia,primeiro tentei o aeromodelismo mas já no meu primeiro avião não tive sorte,gastei muito dinheiro e ele era ruinzinho,agora só tenho miniaturas de aviões,aí em meados de 2010 levei minha sobrinha de 1 ano para passear de trem aqui em São João del-Rei e depois do passeio ela não parava de falar do trem "titimu vê tem" isso queria dizer "titio quero ver o trem",ela falava isso quando queria ver as fotos do passeio no computador.Aí pensei,moro em São João del-Rei,aqui nós temos a maior coleção de locomotivas Baldwins em um só lugar no mundo,porque não fazer uma maquete de trem mas inspirada na nossa Bitolinha?Pronto só bastou isso e depois de pesquisar descobri que aqui em São João a EFOM operou 3 tipos de locomotivas Baldwins,as 4-4-0 American,as 4-6-0 Ten-Wheeler e as 2-8-0 Consolidation,mas onde achar locomotivas iguais a essas ou parecidas em miniatura?Entrei na internet e vi que no Brasil a Frateschi fabricava os modelos 4-6-0 e 2-8-0 em escala HO ou 1:87 (isso significa que 87 dessas miniaturas equivalem em tamanho a uma locomotiva real),encontrar material nessa escala não foi difícil,o problema de se construir uma maquete ferroviária é que você tem que ter muito espaço e dinheiro,espaço eu consegui mas dinheiro,tive que economizar bastante.
 Meu primeiro projeto foi um circuito oval simples e sem desvios e teria que caber em um tablado com 1,10 m x 1,25 m.Comprei a madeira,os trilhos,a primeira locomotiva (4-6-0),um carro de passageiros e um carro bagageiro,como era a minha primeira maquete e não tinha nenhuma experência,decidi fazer o gramado com serragem tingida,e depois comprei uma casinha,um fusquinha,alguns eucaliptos e uma igreja.Posso afirmar que tirando a casinha e o fusquinha,modifiquei todo o restante do material,incluindo a locomotiva e os vagões.
 Somente quando iniciei a montagem da minha pequena ferrovia foi que percebi que nada era fácil de fazer,mas muito prazeroso,que se aventurar nesse hobby terá que ter em mente que não será em um dia ou uma semana que tudo estará pronto,por exemplo,o processo de aplicação do gesso para formar o relevo demora muito pois tem que ser feito uma camada de cada vêz,a colocação do lastro (pedras que ficam em baixo dos dormentes) também é um processo demorado bem como a própria colocação dos trilhos.Mas ao final do trabalho você nem ligará para isso.De tanto fazer experimentos com a locomotiva 4-6-0 acabei desregulando suas braçagens,então deixei ela estática e comprei uma 2-8-0,ambas foram pintadas como as 41 e 68 da Bitolinha e foi tudo á mão,pois não tenho aerógrafo e muito menos sou um bom pintor,mas o importante é você mesmo ficar satisfeito com o resultado e eu fiquei,não que as opiniões não sejam importantes,recebi várias dicas durante o trabalho e muitas delas foram usadas.
 Infelizmente não tirei muitas fotos da minha primeira maquete,mas aí estão algumas delas.
Locomotiva 4-6-0 Frateschi quando já havia iniciado a pintura.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Locomotiva 4-6-0 e carro bagageiro Frateschi quando já havia iniciado a pintura.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Locomotiva 4-6-0 e carro bagageiro Frateschi quando já havia iniciado a pintura,note o lastro de cascalho na linha.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Locomotiva 4-6-0 e carro bagageiro Frateschi com pintura feita a mão.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Locomotiva 4-6-0 no começo da pintura.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Locomotiva 4-6-0 de frente.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Detalhe da confecção do túnel.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Relevo feito com gêsso.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Relevo feito com gêsso.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Locomotiva na passagem de nível.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Locomotiva na passagem de nível.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Locomotiva na passagem de nível.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Tender na passagem de nível.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Detalhe dos trilhos.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Tender.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Detalhe da grade que fiz para o tender da locomotiva.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Casinha velha e fusca.Foto de Thiago Lopes de Resende.

A maquete já começava a ganhar "vida".Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Modificando a parte elétrica.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Poste aceso na estação.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Estação á noite.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Ferramentas que usei para fazer algumas peças da locomotiva 2-8-0.Foto de Thiago Lopes de Resende.


Fazendo o limpa-trilhos.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Locomotiva 2-8-0 Frateschi.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Aqui o limpa-trilhos feito de lata e cobre já está colocado na locomotiva.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Engate frontal feito de cobre.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Pintando o interior da locomotiva.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Minhas "meninas".Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

68 & 41.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Foto de Thiago Lopes de Resende.

Minha 68 nos trilhos da EFOM em frente a estação Chagas Dória.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Aí estão as 41,a original (modificada) e a miniatura.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Essa foto da RFFSA 41 serviu de modelo para a minha pintura na miniatura.Foto de Hugo Caramuru.

E essa da VFCO 68 com estrelas natalinas serviu de modelo para a minha 2-8-0.Autor desconhecido.



 Apesar de existirem várias escalas,as mais comuns no mundo todo são as escala HO e N,no Brasil só se fabrica a HO todas as outras são importadas,quando terminei essa primeira maquete apesar de todo esforço algo me incomodava,foi quando percebi que a bitola dos trilhos não se parecia em nada com a Bitolinha de 760 mm de São João del-Rei aí pesquisei e descobri que a escala HO equivale a bitola larga de 1.435 mm,mas foi só isso e mesmo assim não me tirou o prazer de ver o trenzinho rodando na mini ferrovia.Porém esse pequeno detalhe me levaria a segunda maquete que falarei adiante aqui no blog.Por enquanto é só.Ah,qualquer coisa em que eu puder ajudar sobre o assunto é só perguntarem.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ramais da Bitolinha da Oeste de Minas.

 Como vimos na postagem anterior o primeiro ramal a ser construído foi o de Ribeirão Vermelho que mais tarde seria prolongado até Lavras,este foi o único ramal feito antes mesmo da finalização da linha tronco,os outro ramais só foram feito após a conclusão da linha tronco,ou seja,só após ter atingido Barra do Paraopeba.Como consta no excelente livro "Uma Viagem Pelos Trilhos da Centro Oeste" de Ricardo Coimbra e mais algumas fontes,a EFOM construiu vários ramais para a Bitolinha que por ordem de posição na linha tronco a partir do Km 0 seriam:

De Campolide a Barbacena com 12 Km de extensão,apesar de ser o primeiro na posição esse foi provavelmente o último a ser construído.

Da estação de São João del-Rei até a estação Chagas Dória com 3 Km de extensão,que só durou como ramal até a retificação da linha tronco quando passou a fazer parte da mesma.

Da estação Chagas Dória até Águas Santas com 11 Km,desse ramal partia um sub-ramal chamado de Ramal do Cascalho.

Do Pombal até o Penedo,esse é um dos ramais que pouco se sabe a respeito,não restou fotos,documentos,etc...,sabe-se apenas que ela partia do Pombal onde havia um triângulo de reversão em direção ao povoado de Penedo um pouco a frente de Ritápolis.

Em Congo Fino até a erradicação da linha em 1984 havia um triângulo de reversão e muita gente afirma que os antigos diziam que dali saia um ramal em direção ao minério entre Conceição da Barra e São Tiago,mas até mesmo alguns ferroviários dizem não saber ao certo esse fato,não desmentem mas também não afirmam.Motivos para ter um ramal ali com certeza tinham.

De Aureliano Mourão até Ribeirão Vermelho (depois extendido até Lavras).

De Gonçalves Ferreira até Itapecerica com uns 35 Km.

De Gonçalves Ferreira até Cláudio com 26 Km.

De Martinho Campos (depois Velho da Taipa) até Pitangui com 3 Km.

 Esses ramais foram sendo desativados em ordem contrária a suas posições,primeiro o de Pitangui,depois os de Cláudio e Itapecerica,etc...
Locomotiva 70 da RMV na estação de Barbacena.Autor desconhecido.

Trens da RFFSA nos dois lados da plataforma da estação Chagas Dória em dia de festa da Santíssima Trindade em Tiradentes em junho de 1983.Autor desconhecido.

Estação de César de Pina,provavelmente em 1940.Fotografia do acervo da Família Veloso.

Estação das Águas Santas em 1956.Foto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros,IBGE,1957.

Estação de Pedra Negra em 2002.Foto extraída do livro "As ferrovias em Minas Gerais" de Pimenta,Eleutério e Caramuru,SESC,2003.

Trem da bitolinha chegando em Lavras na década de 1930.Autor desconhecido.

Estação de Lamounier vista do lado da plataforma,em 2003.Autor desconhecido.

Estação de Itapecerica em 1927.Autor desconhecido.

Antiga estação ferroviária de Cláudio já sem as linhas.Autor desconhecido.

Locomotiva 53 na estação de Pitangui,provavelmente em 1950,na plataforma da estação,ponto final do ramal de três quilômetros com bitola mista.Autor desconhecido.
 Só para constar,o ramal das Águas Santas apesar de pequeno não servia apenas para levar os passageiros até o balneário do mesmo nome,mas os trens também carregavam vários produtos como laticínios,tijolos e até mesmo minério em algumas de suas pequenas estações e paradas,o ramal de Barbacena durante sua operação também funcionou como ponto de ligação com a Central do Brasil antes apenas na estação de Antônio Carlos.