sábado, 30 de abril de 2011

Homenagem aos ferroviários

Maquinistas da FCA (Ferrovia Centro Atlântica) Alexandre e Júnior preparando a locomotiva 41 no pátio da estação de São João para mais um passeio até Tiradentes em 2010.Foto de Thiago Lopes de Resende.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cruz de Santo André

 Semana passada estava lendo sobre vários assuntos relacionados a Semana Santa quando li alguma coisa sobre cruzes,muita coisa eu já sabia como por exemplo,vários mártires condenados a crucificação pediram para não serem crucificados do mesmo modo que Jesus Cristo por não se acharem dignos,então eram crucificados de maneiras diferentes,São Pedro foi crucificado de cabeça para baixo,etc...mas no que esse assunto se relaciona com uma ferrovia?Simples,existe uma placa colocada nos cruzamentos ferroviários que tem o nome de Cruz de Santo André,pesquisei sobre esse santo e descobri que ele não foi pregado e sim amarrado pelas mão e pés a uma cruz em forma de "X" permanecendo assim por nove dias até morrer.
 As placas que indicam um cruzamento em nível de via férrea com estrada,rua,etc...tem justamente esse formato de "X" da cruz de Santo André mas na posição deitada (seus quatro lados não formavam ângulos de 90°),pelo menos os primeiros modelos eram assim,inclusive até o começo dos anos 1980 as passagens de nível da bitolinha tinham esse formato,não sei como eram as primitivas placas mas deviam ser assim desde o começo,hoje o modelo usado é em forma de "X" mas com os lados formando ângulos de 90°.
 As antigas placas usadas na bitolinha tinha as incrições "PARE ESCUTE PERIGO OLHE" com cada uma dessas palavras escrita em cada braço da cruz,no modelo atual podemos ler "VIA FÉRREA CRUZAMENTO" escrito nos braços e logo abaixo do "X" encontramos uma placa quadrada ou retangular com os dizeres "PARE OLHE ESCUTE" e em alguns casos temos até a informação de quantas linhas cruzam aquele ponto (1 Linha,2 Linhas,etc...).
 É importantíssimo observar essas placas antes da travessia ou um acidente pode ocorrer,sempre por culpa do motorista ou pedestre.
Martírio de Santo André,note o formato da cruz.Fonte desconhecida.

Placa A-41 que indica cruzamento em nível.

Foto da demolição da primitiva igreja do Sr. Bom Jesus de Matosinhos na década de 1970,note a cruz de Santo André do modelo antigo no cruzamento da linha do trem com a Av. Josué de Queiróz.Autor desconhecido.

Cruz de Santo André numa passagem de nível na Av Leite de Castro perto da subida para a igreja de Dom Bosco,essa marca tranversal no asfalto pode ter sido exatamente o lugar onde havia um desvio que levava a linha até o interior da fábrica.Foto de Benito Mussolini Grassi.


Cruz de Santo André numa passagem de nível na Av Leite de Castro perto da ponte sobre o córrego do Lenheiro.Autor desconhecido.

Cruz de Santo André na passagem de nível em frente á Escola Estadual Aureliano Pimentel,um amigo meu me disse que quando a trem apitava era um alvoroço dentro da escola.Foto do acervo NEOM-ABPF.

Cruz de Santo André na passagem de nível da estação de Prados.Foto Alberto del Bianco.

Cruz de Santo André em Antônio Carlos.Autor desconhecido. 

Cruz de Santo André do modelo atual numa passagem de nível em Tiradentes.Autor desconhecido.

Cruz de Santo André do modelo atual na passagem de nível da última curva antes da estação de Tiradentes.Autor desconhecido.

Cruz de Santo André do modelo antigo ao fundo preservada dentro do museu ferroviário de São João del-Rei.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Cruz de Santo André do modelo antigo preservada dentro do museu ferroviário de São João del-Rei.Foto de Leandro Moreira. 

Acidente envolvendo um ônibus com a locomotiva 60 por desrespeito a cruz de Santo André,local desconhecido.Foto do acervo de Hugo Caramuru.

Acidente envolvendo um caminhão da Coca-Cola com a locomotiva 41 na passagem de nível da Av. Josué de Queiróz,o foguista desse trem era o Valdomiro,ele me disse que a batida foi por volta das 10:00 horas de  um dia 4 de abril e que só se lembrava da data porque foi justamente no dia do seu aniversário,mas do ano ele não se lembra.O motorista do caminhão não obedeceu a cruz de Santo André e deu no que deu.Eu era bem pequeno e lembro que meu pai me levou pra ver essa batida.Autor desconhecido. 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Não nos esqueçamos dele

Imagem do Senhor dos Passos do Santuário do Sr. Bom Jesus de Matosinhos.Foto do blog http://infanciamissionariadesaojoaodelrei.blogspot.com/

Sexta-feira da paixão

Angela lugo

Naquela quinta-feira te deram um beijo
Não um beijo de amor... Mas de pura traição

Entregaram-te aos soldados do desamor
Aqueles que te prenderam... Açoitaram-te

Ao invés de sentir por ti compaixão
Machucaram-te até fazer a tua carne sangrar

O que tu passaste nesta noite somente a ti
Pertence e aqueles que lá se encontravam

E naquela sexta-feira...
Fizeram-te carregar uma cruz pela Via Sacra

Teu corpo já estava transfigurado pela dor
Caia... Levantava-se e lá caminhava...

O povo simplesmente olhava nada fazia

Com os olhos amedrontados apenas te via

Quando chegou ao teu destino já quase desfalecia

E ainda tinha a pior parte aquela que tu temias...
Vieram os soldados para que lá te pregassem

Naquela cruz que por ti lá esperava

E quando os cravos começaram a ser fincados

A dor quase já não existia já havia transpassado

Tamanho sofrimento já havia passado
Quando terminaram nem sequer se preocuparam

Com teus gritos abafados pela multidão pasmada
E assim tua cruz com teu corpo foram içados

Eles não se contentaram que ainda estavas acordado
Levantaram a lança e teu coração foi perfurado

Mesmo assim ainda os perdoaste...

Oh! Jesus como pôde ter sido tão injustiçado
Esqueceram que ali jazia o corpo do Pai amado.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Transportando passageiros

 Olá caros amigos,hoje vamos recordar ou conhecer o transporte de passageiros de Antônio Carlos até o Posto PBA,a viagem nesse trecho durava cerca de 6 horas,ou sejá 3 horas de Antônio Carlos até São João del-Rei e mais 3 horas até Aureliano Mourão,o Posto PBA era um ponto de baldeação da bitolinha com o trem da bitola métrica que poderia seguir de um lado para Divinópolis e do outro para Barra Mansa-RJ e ficava bem perto de Aureliano Mourão,funcionou de 1966 (devido a extinção da bitolinha até Divinópolis,passando o trecho para bitola métrica) até o final da bitolinha porém continuou operando como parada para os trens de bitola métrica da RFFSA até 1996.
 De todas as estações desse trecho,a única em que os trens não podiam passar direto era a de São João del-Rei,não havia um modo de um trem que estava chegando de Ibitutinga entrar direto na linha de Tiradentes,primeiro a composição entrava no complexo ferroviário de São João del-Rei,a locomotiva era desengatada dos carros e vagões,então era feita a monobra de reversão no girador ou no triângulo de reversão,aí sim a composição estava pronta para seguir de frente para qualquer uma das duas saídas da estação.
 Meu avô morava na roça e me contou que as únicas conduções nessa época eram cavalo,caminhão do leite e o trem,era comum o trem parar na estação de Ibitutinga e deixar uns pescadores lá do mesmo modo que vinham moradores de Ibituruna para fazer umas compras em São João.
 Só por curiosidade,em ambos os extremos da bitolinha podia-se fazer baldeação para o Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
 Uma pena isso tudo ter acabado,se pelo menos não tivessem arrancado os trilhos...


Embarque de passageiros na estação de Antônio Carlos.Autor desconhecido.

Homem sentado no chão da plataforma da estação de Campolide,talvêz esperando o trem.Autor desconhecido.

Composição de passageiros passando ao lado da antiga Usina de Ilhéus.Autor desconhecido.

Passageiros aguardando a chegada do trem na estação de Severiano de Resende.Autor desconhecido.
Embarque de passageiros em Barroso.Autor desconhecido.

Pessoas esperando o trem na estação de Prados.Autor desconhecido.

Essa foto é uma raridade,ela mostra os trilhos da bitolinha com os antigos desvios bem em frente a antiga Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos,até 1970 era possível ter essa visão passando de trem pela pracinha de Matosinhos.Autor desconhecido.

Um registro triste,a antiga Capela do Senhor Bom Jesus sendo demolida com a nova igreja ao fundo já sendo erguida,repare na cruz de Santo André do modelo antigo na passagem de nível.Autor desconhecido.

Após a travessia da praça de Matosinhos a composição passava pela estação Chagas Dória.Autor desconhecido.

Movimento no pátio da estação de São João del-Rei.Foto de Herbert Graf.

Depois de fazer a manobra de reversão o trem já poderia seguir viagem tanto de volta a Antônio Carlos quanto prosseguir para Aureliano Mourão (Posto PBA).Autor desconhecido.

Trem descendo a Av. Leite de Castro na chamada linha do sertão,rumo a Aureliano Mourão.Autor desconhecido.

Trem parado na estação de Ibitutinga,aqui ele é visto na posição de retorno para São João del-Rei,mas vale pelo registro.Autor desconhecido.

Movimentação de passageiros na estação de Congo Fino,aqui havia um triângulo de reversão para locomotivas.Autor desconhecido.

Passageiros aguardando a chegada do trem na estação de Nazareno.Autor desconhecido.

Aspecto da estação de Coqueiros num dia de chuva,essa estação era uma "irmã gêmea" da estação de César de Pina já que a planta era a mesma.Autor desconhecido.

Trem de passageiros parado na estação de Ibituruna.Autor desconhecido.

Depois de passar por Aureliano Mourão o trem seguia um pouco mais adiante e no Posto PBA os passageiros eram baldeados para Divinópolis ou Barra Mansa-RJ.Autor desconhecido.

sábado, 9 de abril de 2011

Bitolinhazinha - Cenário e via férrea Parte I

 Caros amigos,falarei hoje e em algumas futuras postagens da parte mais trabalhosa de uma maquete que é a confecção do cenário,em minha maquete HO fiz um cenário quase todo plano exceto pelo morro,mas nessa nova em escala 1:48 bem mais detalhada optei por fazer vários relevos como valas,buracos,morro,etc...
 Ao contrário do que parece,moldar um relevo não difícil pois se fosse tudo calculado seria irreal já que a natureza é toda irregular,mas isso não significa fazer as coisas de qualquer jeito.
 Outra coisa que toma bastante o tempo é o traçado da via férrea,na minha opinião é a parte mais difícil de todo o processo de modelagem de uma maquete pois além de pregar os trilhos,a gente precisa projetar com cuidado todo o traçado antes para não ocorrer futuros problemas,o segredo é planejar muito bem nesse ponto pois quando toda a linha já estiver lastrada com brita ou cascalho será difícil a instalação de mais um AMV (desvio) por exemplo.No meu caso optei mais uma vez em fazer uma maquete oval como a primeira por causa do problema de falta de espaço,mas para não ficar muito vazia resolvi construir um triângulo de reversão bem  no meio do oval.A maior parte dos trilhos são flexíveis de níquel da marca Model Power,os AMV's esquerdo e direito são de níquel da marca Lima,o AMV central na ponta do triângulo foi difícil de se conseguir,trata-se de um WYE (tipo Y) da Marca Shinohara (Walthers) feito no Japão e alguns trilhos retos são de aço da marca Atlas,só nos trilhos encontrei vários problemas,como decidi fazer toda a linha com trilhos de níquel (prata) ao invés de latão (dourado) o material ficou mais caro mas o realismo é mais evidente,para quem não está acostumado com o ferreomodelismo,existem algumas variações de trilhos mesmo os da mesma escala,existem code 100,code 80,etc...,por exemplo,um trilho HO code 100 é menos realístico do que um trilho HO code 83,isso devido ao fato de o code 83 estar com todas as medidas totalmente dentro da escala enquanto que o code 100 é um pouco mais largo e alto,mesmo assim o code 100 é mais popular a algumas locomotivas de vários fabricantes não conseguem rodar nos trilhos code 83 por causa dos flanges das rodas serem maior do que deveriam ser,um desses fabricantes é a Frateschi,isso não deveria ser um problema pra mim já que o meu materia rodante é todo da fabricante Bachmann,mas o desvio central eu só consegui o code 83 e todo restante da linha é code 100,para unir essas peças eu teria que nivelar a face superior dos trilhos e não os dormentes e para isso tinha duas opções,a primeira seria com talas especiais e a segunda seria com solda,optei pela segunda.Tudo ficou bom até que a dilatação devida as mudanças climáticas quebrou essa junção,mas resolvi forçando os trilhos do AMV com pequenos pregos,meu conselho para quem enfrentar problema semelhante é que opte pelas talas ao invés da solda.
 Outro problema em relação aos trilhos foi o fato de ter completado a linha com trilhos de aço,não tive escolha já que os de níquel que eu estava usando já tinham acabado na loja,então teria que colocar os de latão ou os de aço,fiquei com os de aço pelo realismo,ficaram muito bons até começar a temporada de chuva,com o tempo úmido os trilhos de níquel oxidaram e não davam contato elétrico com a locomotiva que parava sempre que passava por eles,resolvi isso lixando-os e para manter tudo funcionando perfeitamente sempre aplico uma fina camada protetora de óleo desengripante,quando quero rodar o trem basta passar uma flanela para retirar o óleo.
 A base de apoio dos trilhos foi feita de metalon,os pés da maquete são de madeira bem como várias parte que sustentam o cenário.O relevo é feito com gesso e para que depois de seca essas partes não rachem,basta adicionar um pouco de cola branca á mistura de água e gesso em pó.
 Para que os trilhos ficassem ainda mais reais pintei as laterais com tinta PVA marrom misturado com vermelho para dar uma aparência de ferrugem,os dormentes também foram pintados um a um de marrom.
 Os AMV's direito e esquerdo já eram usados e tive que reformá-los por completo,mas mesmo assim sempre que a locomotiva passava por eles entrando pelo lado curvo descarrilava,demorei muito para descobrir a causo e constatei que era por causa dos contra-trilhos de plástico gastos,então os removi com muito cuidado para não danificar a peça inteira,fiz outros contra-trilhos com pedaços de trilhos de níquel e coloquei quase no mesmo lugar dos originais,apenas afastei um pouco para frente para melhorar o funcionamento e deu tudo certo.
 Todo trabalho é assim mesmo,sempre vai surgir situações desanimadoras,o segredo é sempre persistir.Até a próxima.

Visão geral do traçado.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Triângulo de reversão para manobrar a locomotiva.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Junção do desvio Y com o restante da linha.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Desvio Y,note a solda dos trilhos.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Máquina de desvio da marca Atlas em baixo do tablado.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Desvio direito,note os contra-trilhos de metal.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Colocação de pedaços de madeira para completar algumas partes da maquete.Foto de Thiago Lopes de Resende.


Colocação de pedaços de madeira para completar algumas partes da maquete.Foto de Thiago Lopes de Resende.


A maquete em outro ângulo.Foto de Thiago Lopes de Resende.


Pintura dos trilhos.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Pintura dos trilhos.Foto de Thiago Lopes de Resende.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Bitolinhazinha - Vagões Parte I

 Depois que comprei a locomotiva fiquei sem dinheiro para novas aquisições,porém na época do natal consegui comprar meus dois primeiros vagões e um deles era um vagão tanque que não foi operado pela bitolinha,eu já sabia disso e o comprei mesmo assim,na verdade o que me interessava era somente a prancha e os truques pois minha intenção seria transformá-lo em um vagão TB.
 O vagão em questão sempre me chamou a atenção,principalmente por não saber para que ele servia,mas com a ajuda do Welber (do blog Trilhos do Oeste) descobri se tratar de um vagão utilizado para transportar líquidos inflamáveis.
 A primeira coisa que fiz foi retirar o tanque com as escadas e alguns parafusos,ou seja,praticamente acabei com o vagão,depois com uma serra tico-tico cortei 4 pedaços de madeira para servir de estrutura e dar forma ao vagão,feito isso eu colei várias camadas de papel para revestir a estrutura,reinstalei o volante do freio em outra posição e modelei as novas escadas com pedaços de alfinete.Minha idéia desde o começo seria pintar cada vagão e cada carro com uma logomarca diferente representando cada fase desde a EFOM,então apliquei a pintura de fundo e depois pintei um "VFCO" nele e também escrevi "TB-4".Os próximos terão as logomarcas da RFFSA,RMV e EFOM.Fiquem com as fotos.

Foto mostrando dois vagões TB-4 em frente ao prédio da iluminação em São João del-Rei.Data e autor desconhecidos.

Vagão TB-4 engatado logo atrás da VFCO 39.Foto de Charles Small.

Vagão TB-4 na estação de São João del-Rei em 2010.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Vagão TB-4 na estação de São João del-Rei em 2010.Foto de Thiago Lopes de Resende.

Desenho de um vagão TB-4 da bitolinha feito por Jonas Augusto.Desenho gentilmente cedido por Welber.

Vagão tanque Bachmann código 27147 do jeito que eu comprei.Foto do fabricante.

Vagão Bachmann já sem o tanque e com as estruturas de madeira colocadas em suas devidas posições. Foto de Thiago Lopes de Resende.

Vagão Bachmann já sem o tanque e com as estruturas de madeira colocadas em suas devidas posições. Foto de Thiago Lopes de Resende.

Vagão Bachmann já sem o tanque e com as estruturas de madeira colocadas em suas devidas posições antes de receber a cobertura de papel. Foto de Thiago Lopes de Resende.

Vagão Bachmann já revestido de papel em sua forma final. Foto de Thiago Lopes de Resende.

Vagão Bachmann com a escada e o volante de freio instalados. Foto de Thiago Lopes de Resende.